terça-feira, 6 de setembro de 2016

MORRO VERMELHO, SEMPRE ESQUECIDO PELOS GESTORES MUNICIPAIS MAS SEMPRE LEMBRADO EM SUA FESTA TRADICIONAL




As festas religiosas marcam a história de recantos e lugarejos de Minas Gerais. Um exemplo é Morro Vermelho, povoado de Caeté, Região Metropolitana de Belo Horizonte, que comemora, a partir de hoje, os 312 anos da Festa da Cavalhada de Nossa Senhora de Nazareth, padroeira do lugar. As festividades contam com apoio do Fundo Estadual de Cultura (FEC) e têm programação intensa de hoje até quinta-feira. As celebrações movimentam o povoado de cerca de mil habitantes, e são esperados aproximadamente dez mil visitantes. O ápice da festa vai ser amanhã, no feriado de 7 de Setembro, com a realização da cavalhada. Às quatro horas da manhã, os moradores e visitantes serão acordados pela banda de música local, fogos de artifícios e repiques de sinos. Na sequência acontece o desfile dos mascarados, personagens que têm presença marcante na cavalhada do Morro Vermelho e atraem, principalmente, as crianças. O grupo é composto de homens e mulheres que vestem roupas estranhas e máscaras assustadoras. De acordo com a tradição, a função dos mascarados é expulsar os males das casas e das ruas do povoado. O desfile deles será acompanhado de pessoas batendo caixas e tocando sanfonas. CARACTÉRISTICA SECULAR - Depois desses rituais e da novena, vem a cavalhada, prevista para às oito e meia da noite. O costume preserva características das festividades do início do Século XVIII. Os 12 cavaleiros cristãos e os 12 mouros conduzem a bandeira de Nossa Senhora de Nazareth até à Praça da Matriz, onde são recebidos com música repiques de sinos e fogos de artifícios. Adriana Leal, uma das organizadoras, explica que na cavalhada os fogos de artifício deixam de ser um show pirotécnico, assumindo valores simbólicos. “Os fogueteiros conversam entre si por meio dos fogos, estabelecendo uma linguagem que marca a evolução dos cavaleiros”, ressalta. COSTUME DE GERAÇÕES - A Festa da Cavalhada de Nossa Senhora de Nazareth em Morro Vermelho é comemorada, ininterruptamente, há mais de 300 anos. A tradição, que começou em Portugal no Século XVII e se espalhou pelo Brasil, chegou ao povoado em 1704, pouco antes da Guerra dos Emboabas. Desde então, vem sendo transmitida de pai para filho. O empresário Jeferson Evangelista Gonçalves tem 60 anos e há 46 participa da cavalhada de Morro Vermelho. Todo ano ele marca presença na festividade, mesmo vivendo longe do povoado onde nasceu. Jeferson mora em Açailândia, no Maranhão, há 17 anos. O empresário e a família já estão em Morro Vermelho para a cavalhada deste ano.“Faço questão de estar sempre presente. Não é nenhum esforço vir de longe participar dessa festa religiosa”, diz animado. Feliz por rever os parentes e ajudar a manter a tradição, Jeferson conta que o avô, no passado, também participava da cavalhada. O empresá- rio vai desfilar como cavaleiro cristão.

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